terça-feira, 24 de novembro de 2009

Do Céu ao Inferno na mesma noite...

Uma noite de festa muitas vezes pode terminar de forma inesperada. Não, não é nada disso que estão a pensar …

Foi uma semana atribulada e resolvemos sair para comemorar o final de uma prova. Depois de um jantar fantástico, em muito boa companhia, dirigimo-nos para a discoteca da moda para a tão esperada after party. Percebi que ele precisava de se divertir e não me chateei em levar o carro, afinal sou suficientemente sensível para entender que depois de mais de uma semana de esforço uma noite sem responsabilidades até faz bem.

Da teoria do Caos de Einstein à teoria da Incerteza de Heisenberg – é impossível prever o futuro – esta é uma maneira, tão boa como qualquer outra, de descrever os acontecimentos.

Tal como Dante desci ao inferno numa noite como tantas outras, com a particularidade da happy hour durar all night long. Para ajudar à festa desportiva, gente bonita e saudável que se permite a alguns excessos a título especial, não sei se estão a ver o filme... Eu vi, e arranhava no terror ao melhor estilo de Hitchcock.

É este o problema das pitas, não sabem beber, não se sabem comportar e não têm qualquer sentido de moral. A única coisa boa a tirar da experiência é saber que no dia seguinte, as ditas meninas, acordaram com uma valente ressaca e provavelmente têm algumas explicações a dar aos respectivos papás.

Iniciei a minha viagem pelo inferno, purgatório e paraíso naquela mesma noite. É fantástico o que a falta de álcool faz (alguém tinha que levar o carro). Ao paraíso cheguei com esforço após desligar-me da Ira, Inveja e sobretudo Orgulho. Estes pecados toldam-me a visão, mas tão cedo o véu rompeu-se e pude ver com frieza de espírito. Agora a realidade é clara e desprovida do negativismo que tantas vezes me acompanha.

Os factos sobrepõem-se às evidências, tantas vezes adulteradas pelo meio. Vemos o que queremos ver, aceitamos o mais fácil, mesmo que doloroso, pois desta forma evitamos o confronto e recebemos com conformismo o que nos está reservado. Resignamo-nos. Indolência, impassibilidade ou indiferença, não importa o nome mas a sensação de derrota que todas essas palavras acarretam. A submissão. Submissão aos vampiros, aos abutres, à realidade. Submissão perante aquele que nos diz “não és capaz!” e aos nossos medos mais profundos. Falhar não é uma opção, mas como falhar se nem fomos à luta?

Com as moscas mortas podia eu, mas as vampiras e abutres jogam sujo e prefiro não recorrer a esses métodos. Isto tudo para dizer que, nem foi preciso virar as costas e lá estava um bando de pitas atreladas ao meu date. Claro que, como qualquer verdadeira lady, mantive a compostura e esperei por um melhor momento, que com certeza não ia ser ali. Entretanto não tenho culpa se virei o copo, uma ou duas vezes, e deixei o gelo correr livremente pela pista, livremente que é como quem diz rumo ao aglomerado de pitas. Ele percebeu que algo não estava bem e foi me buscar mais uma cola, sentou-se comigo e deu-me um beijo rápido e garantiu-me que ficávamos só mais um pouco. Não ia fazer cenas e apesar de cansada e de estar com um péssimo pressentimento acedi. Mas elas não desistem facilmente… Pouco depois, quais abutres esfomeados estavam em cima e uma até lhe espetou um beijo. Bêbedo como estava o tempo de reacção foi mais lento do que eu gostaria.

Claro que morri de ciúmes, mas controlei-me. No caminho para casa ainda tive que ouvir as explicações “Não significou nada” “Nem sei quem é…”. A verdade é que eu percebo, pode custar a engolir, mas as pitas são uma raça tramada e cheia de artimanhas. É o que acontece quando o boy é sociável e naturalmente encantador…

Pelo menos também acordou com uma valente ressaca :P

Saudações
*m*

p.s- para quem estava sóbria este texto parece-me um pouco ébrio lol

Sem comentários:

Enviar um comentário